Trump se pronuncia sobre condenação de Bolsonaro

Ex-presidente dos EUA reage com surpresa
Na manhã desta quinta-feira (11), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou publicamente a condenação de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de embarcar para Nova York, onde disse que acompanharia um jogo de beisebol, Trump afirmou estar “surpreso e muito insatisfeito” com o resultado do julgamento, que classificou como “injusto”.
STF condena Bolsonaro em decisão histórica
A fala de Trump ocorreu logo após a Primeira Turma do STF decidir, por quatro votos a um, condenar Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. A decisão, considerada histórica, reforça o compromisso da Corte em punir atos contra a democracia e já repercute em veículos de imprensa de todo o mundo, que destacam o ineditismo de um ex-presidente brasileiro condenado nesse contexto.
Comparação com o caso do Capitólio
Durante a declaração, Trump fez questão de comparar a situação de Bolsonaro com a sua própria, após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. “Achei que ele foi um bom presidente do Brasil. É surpreendente que isso possa acontecer. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum”, disse, em tom de solidariedade. O republicano aproveitou para reforçar a narrativa de perseguição política, que também marca sua campanha nos EUA.
Repercussão imediata no Brasil
A manifestação de Trump repercutiu rapidamente entre aliados e opositores de Bolsonaro. Parlamentares ligados ao ex-presidente reforçaram a tese de perseguição política, enquanto partidos de oposição classificaram o posicionamento como “interferência indevida em assuntos internos do Brasil”. Nas redes sociais, hashtags pró e contra Bolsonaro voltaram a figurar entre os assuntos mais comentados, dividindo opiniões e ampliando o debate sobre democracia e Justiça.
Trajetórias políticas paralelas
As comparações entre Trump e Bolsonaro não são novidade. Ambos se projetaram como líderes populistas, com discursos diretos às bases eleitorais e críticas frequentes às instituições. O alinhamento ideológico ficou claro durante os mandatos e se fortaleceu em pautas internacionais. Agora, com Trump tentando retornar à Casa Branca em 2025, sua defesa de Bolsonaro também ecoa como defesa pessoal, fortalecendo a narrativa de que ambos seriam vítimas de sistemas que tentam silenciar a direita.
Destinos ainda interligados
O episódio evidencia como os caminhos políticos de Trump e Bolsonaro permanecem conectados. Enquanto o Brasil assiste ao desfecho de um julgamento histórico que pode marcar definitivamente a trajetória do ex-presidente, os Estados Unidos acompanham o avanço das investigações contra Trump. Para analistas, a defesa mútua entre os dois líderes reforça um pacto simbólico de resistência, em que cada declaração funciona como combustível para suas respectivas bases eleitorais.