Politica

“Acabou o tempo dele”, “último recado”: ​​Moraes cita ameaças de Bolsonaro

Um julgamento que pode marcar a história

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou um dos julgamentos mais importantes da democracia brasileira. No centro da sessão, realizada no dia 9 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes destacou ameaças feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro contra ministros da Corte. As falas, segundo Moraes, revelam a gravidade das tentativas de abalar as instituições do país e sustentam a acusação de tentativa de golpe de Estado.

As frases que chocaram o país

Moraes relembrou declarações emblemáticas de Bolsonaro, como a entrevista de agosto de 2021, quando o ex-presidente disse que poderia convocar uma manifestação na Avenida Paulista para dar um “último recado”. Ele também citou o discurso de 7 de setembro daquele mesmo ano, em que Bolsonaro afirmou: “Acabou o tempo dele, sai Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”. Para o ministro, essas falas configuram ameaças diretas ao Judiciário.

Quem está no banco dos réus

Além de Bolsonaro, outros sete aliados de peso enfrentam acusações: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e hoje deputado), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice em 2022). Todos são apontados como integrantes do chamado “núcleo duro” da tentativa de golpe.

Acusações pesadas

Os réus respondem por crimes graves, entre eles organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. O processo também resgata os atos de 8 de janeiro de 2023, quando prédios dos Três Poderes foram depredados em Brasília. Para a Procuradoria-Geral da República, as provas demonstram que houve um plano articulado para subverter a ordem constitucional.

Sessões que mobilizam o país

O julgamento foi dividido em várias sessões ao longo da semana, com a participação de ministros como Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. A expectativa é que os votos dos magistrados tragam definições que podem selar o futuro político de Bolsonaro e de seus aliados. Cada detalhe é acompanhado em tempo real pela imprensa e pelas redes sociais, num clima de tensão que reflete a polarização política brasileira.

Democracia à prova

Mais do que julgar oito réus, o STF coloca em pauta a resistência da democracia brasileira. Para especialistas, este julgamento pode se tornar um divisor de águas, fixando limites claros para aqueles que tentarem atentar contra o Estado de Direito. Ao citar as ameaças de Bolsonaro, Moraes deixou claro que a Justiça não pretende recuar diante de pressões. O desfecho, aguardado com ansiedade por apoiadores e críticos, promete ser um dos momentos mais marcantes da história recente do Brasil.