Saúde

ALERTA! Esses foram os sintomas que Preta Gil sentiu antes de descobrir o cancêr no…Ver mais

Em comunicado publicado nas redes sociais na última terça-feira (10), a cantora Preta Gil revelou ter sido diagnosticada com um adenocarcinoma na porção final do intestino, um tipo de câncer. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de cólon e reto foi o segundo com maior incidência em 2022, com cerca de 45,6 mil novos casos. Em 2020, foi o terceiro câncer que mais matou brasileiros. A doença pode ser prevenida e tratada.

O câncer de intestino pode ser dividido em dois: o de cólon (doença enfrentada por Pelé) e o de reto, que é o que a filha de Gilberto Gil tem. A maioria desses tumores surge a partir de lesões benignas, os chamados pólipos, que podem crescer na parede interna do intestino grosso. O diagnóstico pode ser feito através de dois exames: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.

— Os tumores malignos podem se desenvolver em qualquer parte do corpo e em qualquer tipo de célula. O adenocarcinoma é a classificação de um tipo de câncer, com base na célula em que foi desenvolvido — explica a professora de Oncologia Clínica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e médica do serviço de oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Alice Zelmanowicz.

O histórico familiar, segundo o médico coloproctologista e endoscopista digestivo do Hospital Moinhos de Vento Rafael Castilho Pinto, é o principal fator de risco do câncer colorretal. Obesidade, sedentarismo e idade também contribuem para o desenvolvimento da doença. A prevenção, portanto, se dá através de cuidados para manter o peso ideal, uma dieta saudável e uma rotina de exercícios físicos.

É indicado, também, que pessoas acima de 50 anos façam os exames com frequência. A professora da UFRGS aconselha que os pacientes que tenham histórico familiar da doença comecem a realizar os exames aos 40. O Ministério da Saúde não tem uma recomendação oficial quanto ao intervalo entre os exames, mas Rafael acredita que o exame de fezes ou a colonoscopia possam ser feitos a cada cinco anos.

— O câncer colorretal é um dos poucos cânceres podem ser prevenidos com exame. Os cânceres de mama ou de próstata, por exemplo, não têm exames preventivo, apenas de diagnóstico precoce — afirma o especialista.

Ele explica que os pólipos podem ser retirados durante a realização do exame de colonoscopia e, quando removidas antes do se tornarem malignos, o câncer de intestino pode ser evitado.

Sinais de alerta e tratamento

Antes de ser diagnosticada, Preta Gil ficou quase uma semana internada por conta de fortes dores abdominais. Esse é um dos sintomas. Perda de peso sem motivo aparente, sangramento ao evacuar, anemia e mudança de hábitos intestinais são outros sinais de alerta.

— Se a pessoa sempre sofreu com constipação e, do nada, passou a ter diarreias constantes, ou ao contrário, a pessoa passa a ser constipada ou ter dificuldade, representa mudança de hábito intestinal — acrescenta Alice. Ela defende que, apesar de parecer um assunto desconfortável, é necessário falar sobre isso.

A professora conta que já viu pacientes dizendo que notaram o sangramento, mas que acharam que era normal e, por isso, não foram ao médico. A médica alerta que sempre que observado um sangranmento, deve ser investigado. Para Alice, um dos motivos da doença ter alta mortalidade é porque as pessoas negligenciam esses sintomas e demoram para procurar ajuda médica.

 — As pessoas sempre falam que quem procura, acha. E eu concordo. Quem procura, acha mais cedo, enquanto ainda tem cura — brinca.

Para tratar a doença, as duas opções são cirurgia para retirar o tumor ou quimioterapia e radioterapia. Segundo Alice, o câncer de reto normalmente tem como primeira opção de tratamento a quimioterapia e radioterapia realizadas concomitantemente. Já o de cólon, primeiro a cirurgia e depois a quimioterapia:

— Se o tumor está localizado só no intestino, o primeiro tratamento é uma cirurgia para retirar o pedaço de tumor. Se um diagnóstico é feito e já está em metástase (se espalha), depende. O paciente pode, eventualmente, fazer a cirurgia ou a quimioterapia.

No comunicado publicado na terça-feira, a cantora e apresentadora informou que começará o tratamento na próxima segunda-feira (16), mas ainda não entrou em detalhes.