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Correndo risco de ser preso, Bolsonaro decide pedir ajuda para q… Ler mais

Encontro político em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar, recebeu nesta segunda-feira (1º) a visita do deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara e uma das figuras mais influentes do Congresso. A reunião, realizada em sua residência em Brasília, durou pouco mais de uma hora e teve como foco o avanço do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de contestação às eleições de 2022.

Avaliação sobre chances da anistia

Segundo aliados, Bolsonaro buscou entender com Lira quais são as reais possibilidades de o projeto prosperar no plenário. Apesar de já não ocupar a presidência da Câmara, Lira mantém interlocução com lideranças partidárias e forte influência sobre votações estratégicas. O deputado, no entanto, teria ressaltado que a proposta enfrenta resistência significativa dentro do Centrão e que não há consenso para pautá-la no momento.

Pressão sobre novo presidente da Câmara

Mesmo sem perspectiva imediata de votação, parlamentares da oposição articulam pressão sobre o novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Além da anistia, a direita busca destravar outras pautas de interesse, como a extinção do foro privilegiado e a instalação da CPMI do abuso de autoridade. O movimento é visto como uma tentativa de capitalizar politicamente o momento de fragilidade de Bolsonaro perante o Judiciário.

Moraes autorizou visita em momento decisivo

A visita de Lira foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra Bolsonaro no STF. O encontro aconteceu na véspera do julgamento da Primeira Turma da Corte, que começará a analisar as acusações de tentativa de golpe de Estado. O timing reforça o peso político do gesto e evidencia a estratégia de Bolsonaro de se manter ativo no debate público, mesmo sob restrições judiciais.

Bolsonaro busca reafirmar liderança política

Parlamentares próximos avaliam que a movimentação do ex-presidente é uma forma de reafirmar sua liderança sobre a base conservadora. “Ele mostra que, apesar da prisão domiciliar, não deixou de ser um ator político ativo”, disse um aliado. O contato com Lira é interpretado como uma tentativa de reabrir canais de influência que foram essenciais durante seu governo.

Confronto no horizonte

Enquanto isso, a oposição já prepara discursos e atos para associar o julgamento do STF à narrativa de perseguição política. O clima no Congresso é de confronto direto, e o resultado da ofensiva de Bolsonaro dependerá da disposição dos parlamentares em se engajarem nessa pauta. O episódio evidencia a delicada relação entre política e Justiça no Brasil e mostra que, mesmo juridicamente enfraquecido, Bolsonaro ainda tenta ditar o ritmo do jogo político.