Politica

Pedido de condenação de Jair Bolsonaro repercute na imprensa internacional

Ex-presidente é apontado como líder de suposta tentativa de golpe e enfrenta acusações graves
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu oficialmente a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, conforme divulgado na última terça-feira (15). O caso, que envolve ainda outros sete ex-integrantes de seu governo, ganhou repercussão imediata na imprensa internacional e reacendeu debates sobre o futuro da democracia no Brasil.

De acordo com a denúncia, Bolsonaro teria atuado como principal articulador de um suposto plano para deslegitimar o resultado das eleições de 2022 e permanecer no poder. A notícia se espalhou rapidamente e chamou atenção de veículos da Europa, América Latina e Estados Unidos.

Jornais estrangeiros destacam gravidade das acusações
O jornal argentino La Nación descreveu Bolsonaro como o “líder central” de um movimento antidemocrático que resultou nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, logo após o resultado das urnas. Já o francês Le Figaro foi direto ao classificar o ex-presidente como o “chefe de uma organização criminosa” com intenções de sabotar o sistema democrático brasileiro.

O espanhol El País ressaltou o peso jurídico das acusações e alertou que Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão, caso condenado. Segundo o jornal, o desfecho do processo poderá representar um marco na história do país, ao julgar com rigor figuras políticas de alta relevância.

Reação de Bolsonaro e o papel do Supremo
Nos Estados Unidos, o Washington Post deu destaque à reação de Bolsonaro, que se defendeu chamando o processo de “caça às bruxas”. A estratégia do ex-presidente tem sido a de se posicionar como vítima de perseguição política, apesar das evidências reunidas pela PGR, consideradas consistentes por especialistas.

A denúncia assinada por Paulo Gonet, procurador-geral da República, também inclui nomes como Anderson Torres, Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Alexandre Ramagem, Mauro Cid e Almir Garnier. Todos são acusados de colaborar com a tentativa de romper a ordem constitucional.

O relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, aguarda as alegações finais das defesas para, então, apresentar seu voto no julgamento.

Processo pode alterar os rumos da política nacional
O julgamento ainda não tem data marcada, mas especialistas políticos apontam que o caso pode gerar consequências duradouras para o cenário brasileiro. Uma eventual condenação de Bolsonaro não apenas comprometeria sua elegibilidade, como também abriria precedentes sobre a responsabilização de chefes de Estado por atos contra a democracia.

O Brasil agora observa atentamente os próximos passos do STF. A decisão final poderá consolidar o país como exemplo de respeito institucional — ou evidenciar suas fragilidades.