Perícia aponta fraude em decisão de Moraes contra empresários

Laudo revela inconsistências em despacho judicial
Um documento pericial entregue a parlamentares em Brasília reacendeu a polêmica envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O parecer afirma que a decisão que embasou uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022 teria sido gerada dias depois da ação já realizada.
Segundo os peritos, o despacho aparece datado de 19 de agosto, mas os metadados mostram que só foi criado em 29 do mesmo mês.
Nesse período, celulares já haviam sido apreendidos, contas bloqueadas e sigilos quebrados.
Suspeitas sobre assinaturas digitais
O laudo também aponta irregularidades nas assinaturas do documento.
Em vez de certificados digitais qualificados, foram encontradas imagens sobrepostas de assinaturas, o que os especialistas chamaram de “transplante digital”.
Na prática, isso significa que não há comprovação inequívoca de autenticidade.
O parecer conclui que houve antedatação e ausência de validação formal.
Denúncia reforça acusações anteriores
As revelações surgem após depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE.
Ele afirmou que recebia ordens para preparar relatórios com datas retroativas, sob orientação de um juiz instrutor ligado ao gabinete.
Quando colocadas lado a lado, a fala do ex-assessor e o laudo técnico aumentam a pressão sobre o STF.
Parlamentares já falam em “bomba política” prestes a explodir.
Clima de tensão entre Congresso e Supremo
A operação de 2022 atingiu empresários de peso, como Luciano Hang e Meyer Nigri, após mensagens de WhatsApp em que discutiam apoio a medidas autoritárias.
Agora, com o novo laudo, o caso volta à tona em ano eleitoral e promete elevar ainda mais a temperatura política.
Enquanto críticos falam em fraude processual, aliados de Moraes afirmam que se trata de uma tentativa de desgastar o Supremo.
De qualquer forma, a disputa mostra que o embate entre Congresso e Judiciário está longe de terminar.