PT propõe lei para enquadrar Eduardo Bolsonaro por traição à pátria

Projeto polêmico promete endurecer punições
Na Câmara dos Deputados, uma proposta apresentada pelo líder do PT, Lindbergh Farias, reacendeu o debate sobre a defesa da soberania nacional. O projeto de lei cria o crime de “alta traição à pátria”, prevendo penas que variam de 20 a 40 anos de prisão. Além disso, os condenados podem perder patentes, cargos públicos, mandatos eletivos e até mesmo a nacionalidade.
Tensão política e influência externa
A iniciativa surge em meio ao aumento da tensão entre Brasil e Estados Unidos. Recentemente, o governo Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, decisão que já gerava instabilidade. Nesse contexto, declarações de Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos EUA e chegou a defender sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, foram apontadas pelo PT como atos de deslealdade ao país.
“Traição construída”
Lindbergh Farias não poupou críticas ao se pronunciar sobre o caso. “Claro que nós estamos apresentando esse projeto pela traição construída por Eduardo Bolsonaro e por Jair Bolsonaro”, declarou o parlamentar, destacando a gravidade do que considera ações contra a soberania nacional. A fala acendeu ainda mais os ânimos no Congresso, dividindo opiniões entre aliados e opositores.
O que seria considerado traição
O texto do projeto detalha situações que configurariam o novo crime, como negociar ou estimular sanções econômicas, compartilhar informações sigilosas do governo brasileiro e cooperar com outros países para submeter o Brasil a tutela estrangeira. As definições levantam dúvidas sobre os limites entre liberdade de expressão, crítica política e traição.
Retroatividade e alcance
Apesar da polêmica, juristas ressaltam que, se aprovado, o projeto não terá efeito retroativo. Ou seja, as declarações já feitas por Eduardo Bolsonaro não seriam atingidas pela nova lei. Ainda assim, especialistas avaliam que a proposta tem caráter simbólico, sinalizando a intenção de endurecer a legislação em casos de atos considerados lesivos à soberania nacional.
Pressão de acadêmicos e próximos passos
O debate ganhou força após 76 acadêmicos enviarem uma petição ao presidente da Câmara, Hugo Motta, pedindo a cassação de Eduardo Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. Com isso, a proposta do PT deve continuar a gerar forte embate político, colocando em jogo não apenas o futuro do deputado, mas também o alcance dos limites entre crítica, oposição e lealdade ao país.





